sexta-feira, 26 de março de 2010

O acesso principal a Freguesia de São José do Rio Preto

         A cosntrução da Estrada Silveira da Motta não foi tão simples quanto parece. Devido a outras construções e compromissos da Província do Rio de Janeiro, diversas paralisações e reinícios, além do longo período de trabalho que se deu para abrir a principal via para a Estação da Posse, a Estrada Silveira da Motta teve sua aprovação por parte da Província em meados de 1860, ganhando cobertura asfáltica e uma boa retificação apenas em 1960, ou 100 anos a apartir do início de sua construção. Durante todo esse período, riopretanos conviviam com uma estrada de chão, passando por situações bastantes desconfortáveis.

         Boa parte do que se tem hoje registrado sobre a Estrada Silveira da Motta, resume-se em relatórios da Província do Rio de Janeiro. Nesses relatórios detaca-se Inácio Francisco Silveira da Motta, Barão de Vila Franca, ilustre brasileiro, magistrado de grande saber, que presidiu a Província no intervalo de 1859 a 1860, e deu o “ponta pé” inicial na construção desta estrada. Por conta disso recebeu seu nome em homenagem aos seus esforços no sentido de concretizar aquela importante ligação com a União Indústria que mantinha uma “estação” na Posse.

        É importante destacar também, a participação e o interesse de riopretanos proprietários e moradores da região, empenhados em ajudar junto ao Governo, na construção dessa importante via.

sábado, 7 de março de 2009

A Igreja

 
         Em 1813, São José pertencia a Magé, classificado como Curato, ou seja, uma povoado com as condições necessárias para se tornar uma freguesia. Uma freguesia seria por sua vez, como tornar-se o distrito de um município.


Igreja Nossa Senhora da Peidade - Magé-RJ (Foto: Igreja Nossa Senhora da Piedade – Magé - RJ)


         Nesta época as missas eram realizadas em Oratórios, que se espalharam nas fazendas, senzalas e residências como local de culto privado ou público.

         Em 1822, já como Freguesia, começou a procura de um lugar para se construir uma igreja, cemitério e organizar lotes urbanizados. Foi então que 7 anos mais tarde, Domingos Lopes de Carvalho e sua esposa fizeram a doação de uma Capela-mor perfeitamente acabada , uma casa de pedra (moradias paras os Padres) e de partes de terras para ser feita a urbanização.


(Foto: Igreja Matriz de São José – SJVRP-RJ)

 

 

 

 

 

 

 

     A Capela foi transformada em Igreja, sua porta principal era onde atualmente são os fundos da Igreja Matriz. Nos fundos da antiga Igreja era instalado o Cemitério da Freguesia. A Igreja após 1841 recebeu várias reformas, passando a sua porta principal para onde era o cemitério e este foi transferido em 1859 para o alto do morro, onde se encontra até hoje (Morro do cemitério). Em 1878 foi construído o Cemitério da Irmandade, perto da Igreja.

         Os lotes doados a igreja foram povoados, surgindo assim o centro da freguesia.
         Era na Igreja que eram feitos, os registros de nascimento, casamento, óbitos e escrituras de terras. Era também através dela que se faziam as escolha dos juizes de paz, vereadores, leilões (de escravos) e registros dos testamentos. Essa situação só se modificou depois da República em 1889.

Como eram concedidas as Sesmarias?


         O pedido de concessão de sesmarias era feito preliminarmente ao Governador da Capitania, que encaminhava processo à Câmara Municipal local. A Câmara Municipal procedia investigação das disponibilidade das terras solicitadas e dava o prazo de 30 dias para possíveis contestações de posseiros ou limites.

         No caso das concessões chamada Serra Acima do Inhomirim ou “Sertões dos índios Coroados”, como era conhecido primitivamente a região petropolitana, os primeiros processos de sesmarias foram investigados e informados pela Câmara Municipal de Nossa Senhora da Piedade de Magé, a que estava subordinado o território.

         Nada havendo de contrário por parte da autoridade municipal, era ouvido o Provedor da Coroa, encarregado de verificar se o pedido atendia os interesses do Rei e o bem comum e se o pretendente era pessoa qualificada pelo exercício de cargos oficiais o pelo apoio de obras beneficentes notadamente os patrocinados pela Ordem de Cristo, o se dispunha de família e bens patrimoniais entre os quais deveriam figurar os escravos que eram indispensáveis ao trabalho braçal.

         Feito a seguir, a medição e demarcação da sesmaria pleiteada, o Governador da Capitania expedia, em nome do Rei, o documento de doação, chamado Carta Foral.

         Entretanto, o sesmeiro só entrava na posse definitiva da terra, depois do confirmada por Carta Régia a competente doação, o que só era feito após dois anos, mediante a constatação da provedoria da Coroa sobre o bom proveitamento da Sesmaria.

CURATO: cargo ou residência de cura, povoação, dirigida por padre (cura);

FREGUESIA: povoação mais desenvolvida sob o aspecto eclesiástico;

SESMARIA: lote de terra inculta que os reis de Portugal cediam a quem se dispusesse cultivá-las sob certas condições;

SESMEIRO: aquele a quem se concedia a sesmaria;


(Jany Oliveira Limongi)

sábado, 17 de janeiro de 2009

Descobrimento e Divisão de Terras

O primeiro núcleo explorativo no território do atual Estado do Rio de Janeiro foi em Cabo Frio, em 1504, quando Américo Vespúcio com trinta homens fez uma entrada através do sertão, num percurso do 250 Km aproximadamente;

Vinte e Sete anos mais tarde, após a descoberta da região do Rio de Janeiro de Américo Vespúcio, foi a vez do navegador Martins Afonso de Souza preparar sua expedição explorativa em nossas terras. Dessa expedição ele fundou a Baía de Guanabara e mandou uma equipe de 4 homens avançarem terras adentro, abrindo estradas, captando recursos para Portugal e explorando as terras.

Diversos historiadores levantam a hipótese de que essa pequena entrada teria atingido o Vale do Piabanha, onde recolheram amostras cristalinas da região hoje denominada Pedras Brancas, no Quarteirão Mosela, em Petrópolis. Como nada de precioso resultou desta entrada, não houve motivação para que a expedição penetrasse no Sertão da Serra Acima que na época, era o habitat dos índios Coroados.

O velho Caminho para as Minas Gerais era percorrido a partir de São Paulo. As custas de muito sacrifício conseguiram acesso ás ricas jazidas mineira. O intrépido bandeirante Fernão Dias, cognominado "O Montador de Cidades", considerado o primeiro desbravador da Região mineira, percorreu vales e serras, acompanhando as curvas dos Rios Tietê e Paraíba do Sul, orientando-se pelas picadas dos índios;

Na segunda metade do século XVII, a Coroa Portuguêsa determinou a construção de um caminho de "terra firme" transpondo diretamente a Serra do Mar, mais curto e seguro entre as Minas Gerais e o Rio de Janeiro, já que este era o porto oficial do embarque do ouro nas "Naus do Quinto Real”;

É neste lance de história que se vai formar a cartografia da região dos Sertões da Serra Acima, aparecendo os primeiros habitantes e suas primeiras povoações.

A responsabilidade da abertura deste Caminho Novo ficou com o capitão-mor Rodrigues Paes, filho do bandeirante Fernão Dias Paes, que se encontrava estabelecido na confluência Paraibuna, de onde governava as Minas Gerais. O início das obras se deu por volta de 1698.

Ao longo do caminho novo, os rei de Portugal fizeram várias doações de terras, das quais denominadas Sesmarias. Essas Sesmarias, acabaram desdobrando-se em Fazendas e ao redor delas alguns povoados. Petrópolis, por exemplo, começou na Sesmaria do Itamarati.

Em 1709, era criada a Capitania de São Paulo e Minas Gerais do ouro, com terras desmembradas das antigas capitanias de São Vicente e Rio de Janeiro.

O Sargento-Mor Fernando Soares Proença, natural de Santo Antônio do Macacu, fazendeiro em Suruí na Baixada Fluminense desde 1721, estabelecido com uma sesmaria no Vale do Itamarati, prontificou-se a executar o atalho do Caminho Novo pelo Vale do Rio Piabanha, indo atingir o Porto Estrela no rio Inhomirim no fundo da Bahia da Guanabara, encurtando o roteiro de Garcia Rodrigues Paes em até quatro dias de viagem. Este atalho ficou conhecido como Caminho Real das Minas Gerais e mais popularmente de Caminho da Serra da Estrela ou ainda caminho dos Mineiros.

           O caminho Novo veria a ser o cenário de importantes acontecimentos na história de nossa emancipação de Portugal. Este ­Caminho Novo seria percorrido constantemente por Tiradentes;

sábado, 13 de dezembro de 2008

Os índios Coroados

         Fisicamente, os coroados, em geral, apresentavam estatura mediana, sendo que as mulheres eram mais baixas que os homens. Apresentavam pele de tom assemelhado á de um mulato escuro, eram robustos, corpo bem delineado, visualizando-se músculos aparentes. As crianças que escapavam dos riscos da lavagem em água fria ao nascer, tornavam-se indivíduos adultos com muita saúde e notável vigor.
         A Nação dos Coroados dividia-se em pequenas tribos, constituídas por famílias entrelaçadas e parentes chegados. Cada uma dessas tribos possuía o seu cacique e estavam sujeitas há uma autoridade superior, de quem dependiam, o cacique principal, a quem prestavam uma obediência cega. Nada faziam os chefes das tribos subordinadas sem consultar o cacique principal e, o que este resolvia e ordenava, era executado com todo o risco e pontualidade. Qualquer falta de obediência ou dissidência, trazia para o chefe e sua tribo uma guerra de morte e, quando tal acontecia, raramente tornavam a se reconciliar.
         Suas aldeias eram formadas de ranchos com vários tamanhos e configurações. Construíam ranchos de forma prismática, chamados de "ranchos de beira do chão", de tamanhos diversos e proporcionados ao número de indivíduos que deveria conter.
         A linguagem que os coroados falavam era um dialeto que se derivava em grande parte, da língua tupi e dos guaranis. Porém, de tal maneira alterada e corrupta, por uma pronúncia um tanto aspirada, que lhes modificava as palavras. Além disso, o dialeto era muito pobre em palavras, e muitos objetos diferentes tinham o mesmo nome.
         No tempo das conquistas e das missões dos Padres da Companhia de Jesus, os índios guaranis conheciam os coroados pelo nome de "caábabal" e de "caáhan". Os padres ensinaram os guaranis a chamarem os coroados de curupira (diabo do mato) e de "tapya-caápora" (homem bravio e mau). Assemelhavam-se, porém todos, sem distinção alguma, no caráter feroz e sanguinário.
         Os coroados alimentavam-se quase que exclusivamente de frutas. A caça era uma alimentação secundária, já que para consegui-la, era necessário o desperdício de flechas (elas quebravam), que muito trabalho lhes dava a fabricação.
         As mulheres coroadas grávidas eram tratadas com mais rigor que as outras. Os índios Coroados eram muito supersticiosos a respeito das mulheres em estado de gravidez. “Eram condenadas ao jejum severo enquanto se achavam nessa situação. Embora os índios fossem muito gulosos pela carne, elas eram proibidas de prová-la sob o receio de que a criança nascesse com o nariz disforme, nem podiam comer aves ainda pequenas, para que a pequenez do alimento não fosse transmitida aos filhos”. O rigor da lei se estendia, também, aos maridos, aos quais era proibido matar feras e para não serem tentados a isso, eram desarmados durante o período de gravidez de sua companheira. Logo que a índia dava à luz, o marido jejuava quinze dias, sem sair de casa; e, em algumas tribos, o marido ficava de cama, enquanto a mulher se purificava nas águas fluviais.

Os índios Puris

Principais características e habilidades:

         Possuíam estatura baixa, entre 1,35m e 1,65m, rosto largo, nariz curto, dentes magníficos, olhos oblíquos. Tinham braços musculosos, pelo de coloração acobreada, cabelos negros e grossos, compridos e abundantes. As mulheres da tribo mediam em torno de 1,40m.
         Os puris habitavam em construções rudimentares feitas de madeiras e fibras, e cobertas de capim, palha ou casca de árvore, ou mesmo folhas de palmito ou brejaúba.
         Habitavam toda a região da Mata, eram mais pacíficos e atrasados, viviam nus e dormiam em buracos cavados na terra. Nadavam muito bem, construíam suas jangadas e atravessam qualquer rio, exceto as regiões com cachoeiras.
         Utilizavam a flecha e o bodoque como armas.
         Após o contato com os brancos, eram pagos com cachaça para que prestassem vários serviços aos mesmos, um deles era a abertura das matas.
         Acreditavam que um ser poderosíssimo e bom os acompanhava.Tinham seus "pajés" e a eles ficava a incumbência de dirigir as atividades religiosas e rituais da aldeia, cuidar dos doentes e ministrar-lhes medicamentos, transmitir aos membros as poucas lendas e tradições de sua gente.
         Acreditavam no feitiço e a eles era reputada, pelas tribos que viviam nas redondezas, a fama de grandes feiticeiros.
         Plantavam, em pequena escala, "fava mangalês", batata-doce, banana e milho. Utilizavam também em sua alimentação, cará branco, mandioca e abóbora que comiam crus ou cozidos.Apreciavam o araçá, ananás, abacaxi, goiaba, mamão e coco de vários tipos, sendo a banana, considerada por eles, fruta nobre. Para eles, o mel representava saboroso alimento.
         Da caça e da pesca dependia quase que totalmente sua sobrevivência.
         A dança era um dos divertimentos favoritos dos Puris e a eles era reputada a fama de grandes dançarinos. As danças religiosas eram realizadas em louvor ao "Sol" e aos "Astros", de preferência as "Estrelas".
         Não existiam parteiras nas aldeias, as mulheres grávidas ao pressentirem o nascimento próximo, dirigiam-se para o interior da floresta e lá, forrando o chão com folhas, davam à luz, inclusive seccionando o cordão umbilical e resolvendo por si todas as complicações que pudesse advir.
         Faziam os Puris vários objetos para seu uso, empregando a argila faziam suas panelas e enormes potes, denominados "igaçaba", onde depositavam seus mortos.Faziam também com barro cozido colheres, pratos, potes para água e outros utensílios dos mais diversos formatos.
         Os vocábulos indígenas brasileiros, em geral, são todos de característica Tupi-Guarani. Cada tribo, cada família, dispunha de dialetos próprios, porém, com a mesma origem.Os Puris não fugiam à regra e tinham seu próprio vocabulário, formando um dialeto influenciado pelos conquistadores, fossem eles portugueses, africanos ou indígenas de outras tribos.
         A morte atingia nossos índios muito cedo, eram raros os que viviam mais tempo. Tinham grande pavor da morte e procuravam evitar assistir a um falecimento dos seus. Por isso, abandonavam os velhos e enfermos no meio da selva, com o fogo aceso, alguns galhos secos de árvore, água e comida.Quando morria alguém na tribo, o sepultamento era feito imediatamente para que os maus espíritos não se apossassem do corpo. O morto, por sua vez, era amarrado e enrolado em cordas feitas de embira e logo, em seguida, era colocado em uma igaçaba que lhe serviria de túmulo, indo com ele sua flecha e seu bodoque, bem como outros objetos que possuísse.

sábado, 22 de novembro de 2008

Resumo Histórico

        

         A Região onde hoje situa-se o Município de São José do Vale do Rio Preto foi outrora o desconhecido Sertão da Serra Acima, morada dos índios Puris e Coroados que deixaram velhas trilhas pelas quais começou a penetração do Território por aventureiros, subindo por veredas íngremes na vegetação nativa da Serra dos Órgãos ou pelo Vale da Paraíba.   

(foto esquerda: índios Puris; direita: índios Coroados )

         Por se localizar numa área intermediária entre a cidade do Rio de Janeiro, então capital da Colônia e as Minas Gerais, isto é , entre dois mercados em potencial. Esta situação começou a estimular a fixação do homem branco nos territórios do Rio Preto.

Sesmarias foram solicitadas e surgiram as primeiras fazendas:
- Fazenda Rio Bonito- l800 ( no Rio Bonito)
- Fazenda Águas Clara - l803 (era do Padre Cônico Luis Gonçalves Dias Correa, primeiro vigário da paróquia e também foi do Barão de Águas Claras, que hospedou D. Pedro II )
- Fazenda do Calçado - 1809 (Foi do Barão de Congonhas do Campo - no Calçado Grande)

(Foto: Fazenda do Calçado)

- Fazenda Roçadinho - 1810 ( no Roçadinho)
- Fazenda São Domingos Amoreira- 1809 ( a sede não existe mais, se localizava onde se encontra o nosso atual Hospital)
- Fazenda Bela Esperança - 1809 ( Existe nova sede no local, localizada no Belém)
- Fazenda Ribeirão- 1820 ( A sede não existe mais, era localizada em Águas Claras)
- Fazenda Jaguara - 1826 (na Jaguara, Estrada para a Pouchuck)
- Fazenda Belém - 1849 ( da família Werneck, peça fundamental para o desenvolvimento de São José , no Belém)




- Fazenda Boa Sorte - ( a sede não existe mais, era localizada na estrada de São José para Anta)
- Fazenda Paraíso ( a sede não existe mais, era localizada na localidade do Paraíso na Estrada São José - Anta)
- Fazenda Pedras Brancas ( a sede não existe mais, na Pedras Branca)
- Fazenda Bela Vista - ( Córrego Sujo)
- Fazenda Santa Maria - 1850 ( Queirós)
- Fazenda Bela Ribas - 1850 (Parada Morelli - do outro lado da Ponte)
- Fazenda Palmeiras-1850 ( a sede foi modificada - Estrada das Palmeiras)
- Fazenda Valverde - 1858 (no Valverde)
- Fazenda São João de Paquetá - 1808 ( Estrada São José - Anta)
- Fazenda Santa Isabel -1860 ( a sede não existe mais - (Queirós-Jaguara)
- Fazenda Capoeirão, (Hoje Fazenda São Francisco- Jaguara)
- Fazenda Boa Vista -1868 ( Fazenda do Dr. Milton - São José - Anta)
- Fazenda Pinheiros - ( Hotel Maria Cláudia - Estr. São José - Anta)
- Fazenda Tubatão - ( a sede foi modificada - Estrada São José - Anta)
- Fazenda Vila Maria - ( a sede não se encontra em boas condições de conservação (Estrada São José-Anta)
- Fazenda do Sossego - 1870 ( foi do Barão de Bemposta - Estr. Valverde - Belém)
- Fazenda do Castelo - (Estrada Valverde- Belém)

         Os solares rurais dessa época de glória e fausto são hoje a melhor imagem do que foram os protagonistas desse esforço. Os "Barões do Café", Senhores de terras, produtores de riquezas, intrépidos personagens da nossa História.

        A aristocracia do café foi representada em São José pelo Barão de Águas Clara, Guilherme A . Souza Leite, e pelo Barão de Bemposta, Ignácio Santos Werneck..
        São José nasceu sobre a égide do trabalho e da oração. As riquezas produzidas pela lavoura e a grande influência da Igreja, organizadora do povoado, fizeram com que a localidade progredisse. "Em 15 de junho de 1822, Domingos Lopes de Carvalho e sua mulher, Florinda Maria da Encarnação fazem doação de terrenos para a Igreja, nos quais, já constavam: uma capela-mor perfeitamente acabada por dentro e por fora , e alguma parte do corpo da igreja , com sacristia e outra casa do lado, tudo de pedra ".
Os primeiros colonizadores de São José, vieram de Portugal, Minas Gerais, Paraíba do Sul e Vassouras. Iniciaram suas Produções com pequenas lavouras de milho, cana, batata, fumo e café.
* Construção em 1928, do Departamento do Café ( hoje funciona no local a Coopervale e em parte do terreno foi construído o nosso Hospital)
        Com a Crise Mundial de 1929, surgiu a queda do preço do café, em consequência, a economia do Vale do Rio Preto, baseada no café, caiu em acentuada decadência. Sem alternativa de meio de vida, as famílias abandonaram São José, em busca de novos meios de sobrevivência.
        Felizmente, em 1945, novo ciclo foi se instalando em São José, a Avicultura, que hoje harmonizada com a Agricultura, são os sustentáculos econômicos da região. A Cultura do Café , antiga atividade econômica, está, aos poucos, retornando, com o uso de novas tecnologias.
         Atualmente ainda encontramos alguns vestígios dessas épocas, que nos servem de lembranças e que caracterizam a nossa história.

· Igreja Matriz - se vista pelo lado do chafariz, nos mostra claramente como era a nossa Capela, datada de aproximadamente de l820;
· Algumas Fazendas, relacionadas anteriormente;
· Em 1884, houve um prolongamento da Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará, e foram construídas várias estações, hoje, só se encontra de pé, embora muito mal conservada, a antiga estação de Águas Claras;
· Chafariz da praça, em 1886, foi a primeira água encanada da cidade;
· Muros de contenção à beira do Rio, na estação, construídos em 1896;
· Alguns calçamentos de pedra , na atual Rua Coronel Francisco Limongi , na Rua Almeida Barbosa e na ladeira Cel. joão Limongi;
· Construída em 1904, a Capela Nosso Senhor dos Passos, onde, embora mal conservadas , ainda permanecem as telas da morte de Jesus Cristo ,doadas pelos provedores da capela, e o altar permanece no original.
· Com data de 1907, a Ponte Preta ( hoje símbolo da Cidade), na Estação;
· Com data de 1910, o primeiro sobrado construído na cidade, em frente à Ponte Preta;
· Os antigos atalhos prolongamentos da estrada da Ventania que terminava na ponte de águas Claras e aí se bifurcava para Cantagalo e para Paraíba do Sul;
· O segundo telefone instalado na Província do Rio de Janeiro foi na fazenda de Águas Claras para fazer comunicação entre as Fazendas do Belém e Bela Esperança.

         Atualmente, com a ajuda da natureza, ainda nos restam algumas belezas naturais :

· Pedras das Flores, localizada na Serra da Boa Vista (APA da Serra da Maravilha),onde encontramos várias espécies nativas e a nascente do Rio Calçado que faz a divisa entre os Municípios São José e Sapucaia - Um belo Passeio ecológico;
· Rio Calçado - Rio sem poluição onde é possível a pesca e banhos nas cachoeiras e apreciar belíssimas paisagens;
· Rio Preto - que corta 35 km dentro do Município, o mais importante da região, e apresenta inúmeras corredeiras próprias para canoagem.
· APA da Serra do Taquaruçu (Jaguara).
· Cachoeiras para banhos (Poço Fundo), na vertente da Serra da Boa Vista
· Áreas de plantações (com destaque as parreiras de chuchu e plantações de caqui e maracujá).
· A Ilha das capivaras, onde os animais vivem em liberdade.
· Paredões de pedras na Ventania, ( Morro Grande na Estrada São José - Teresópolis.


(Pesquisa de Jany de O. Limongi e Ângela Limongi Carvalho)