sábado, 7 de março de 2009

A Igreja

 
         Em 1813, São José pertencia a Magé, classificado como Curato, ou seja, uma povoado com as condições necessárias para se tornar uma freguesia. Uma freguesia seria por sua vez, como tornar-se o distrito de um município.


Igreja Nossa Senhora da Peidade - Magé-RJ (Foto: Igreja Nossa Senhora da Piedade – Magé - RJ)


         Nesta época as missas eram realizadas em Oratórios, que se espalharam nas fazendas, senzalas e residências como local de culto privado ou público.

         Em 1822, já como Freguesia, começou a procura de um lugar para se construir uma igreja, cemitério e organizar lotes urbanizados. Foi então que 7 anos mais tarde, Domingos Lopes de Carvalho e sua esposa fizeram a doação de uma Capela-mor perfeitamente acabada , uma casa de pedra (moradias paras os Padres) e de partes de terras para ser feita a urbanização.


(Foto: Igreja Matriz de São José – SJVRP-RJ)

 

 

 

 

 

 

 

     A Capela foi transformada em Igreja, sua porta principal era onde atualmente são os fundos da Igreja Matriz. Nos fundos da antiga Igreja era instalado o Cemitério da Freguesia. A Igreja após 1841 recebeu várias reformas, passando a sua porta principal para onde era o cemitério e este foi transferido em 1859 para o alto do morro, onde se encontra até hoje (Morro do cemitério). Em 1878 foi construído o Cemitério da Irmandade, perto da Igreja.

         Os lotes doados a igreja foram povoados, surgindo assim o centro da freguesia.
         Era na Igreja que eram feitos, os registros de nascimento, casamento, óbitos e escrituras de terras. Era também através dela que se faziam as escolha dos juizes de paz, vereadores, leilões (de escravos) e registros dos testamentos. Essa situação só se modificou depois da República em 1889.

Como eram concedidas as Sesmarias?


         O pedido de concessão de sesmarias era feito preliminarmente ao Governador da Capitania, que encaminhava processo à Câmara Municipal local. A Câmara Municipal procedia investigação das disponibilidade das terras solicitadas e dava o prazo de 30 dias para possíveis contestações de posseiros ou limites.

         No caso das concessões chamada Serra Acima do Inhomirim ou “Sertões dos índios Coroados”, como era conhecido primitivamente a região petropolitana, os primeiros processos de sesmarias foram investigados e informados pela Câmara Municipal de Nossa Senhora da Piedade de Magé, a que estava subordinado o território.

         Nada havendo de contrário por parte da autoridade municipal, era ouvido o Provedor da Coroa, encarregado de verificar se o pedido atendia os interesses do Rei e o bem comum e se o pretendente era pessoa qualificada pelo exercício de cargos oficiais o pelo apoio de obras beneficentes notadamente os patrocinados pela Ordem de Cristo, o se dispunha de família e bens patrimoniais entre os quais deveriam figurar os escravos que eram indispensáveis ao trabalho braçal.

         Feito a seguir, a medição e demarcação da sesmaria pleiteada, o Governador da Capitania expedia, em nome do Rei, o documento de doação, chamado Carta Foral.

         Entretanto, o sesmeiro só entrava na posse definitiva da terra, depois do confirmada por Carta Régia a competente doação, o que só era feito após dois anos, mediante a constatação da provedoria da Coroa sobre o bom proveitamento da Sesmaria.

CURATO: cargo ou residência de cura, povoação, dirigida por padre (cura);

FREGUESIA: povoação mais desenvolvida sob o aspecto eclesiástico;

SESMARIA: lote de terra inculta que os reis de Portugal cediam a quem se dispusesse cultivá-las sob certas condições;

SESMEIRO: aquele a quem se concedia a sesmaria;


(Jany Oliveira Limongi)

sábado, 17 de janeiro de 2009

Descobrimento e Divisão de Terras

O primeiro núcleo explorativo no território do atual Estado do Rio de Janeiro foi em Cabo Frio, em 1504, quando Américo Vespúcio com trinta homens fez uma entrada através do sertão, num percurso do 250 Km aproximadamente;

Vinte e Sete anos mais tarde, após a descoberta da região do Rio de Janeiro de Américo Vespúcio, foi a vez do navegador Martins Afonso de Souza preparar sua expedição explorativa em nossas terras. Dessa expedição ele fundou a Baía de Guanabara e mandou uma equipe de 4 homens avançarem terras adentro, abrindo estradas, captando recursos para Portugal e explorando as terras.

Diversos historiadores levantam a hipótese de que essa pequena entrada teria atingido o Vale do Piabanha, onde recolheram amostras cristalinas da região hoje denominada Pedras Brancas, no Quarteirão Mosela, em Petrópolis. Como nada de precioso resultou desta entrada, não houve motivação para que a expedição penetrasse no Sertão da Serra Acima que na época, era o habitat dos índios Coroados.

O velho Caminho para as Minas Gerais era percorrido a partir de São Paulo. As custas de muito sacrifício conseguiram acesso ás ricas jazidas mineira. O intrépido bandeirante Fernão Dias, cognominado "O Montador de Cidades", considerado o primeiro desbravador da Região mineira, percorreu vales e serras, acompanhando as curvas dos Rios Tietê e Paraíba do Sul, orientando-se pelas picadas dos índios;

Na segunda metade do século XVII, a Coroa Portuguêsa determinou a construção de um caminho de "terra firme" transpondo diretamente a Serra do Mar, mais curto e seguro entre as Minas Gerais e o Rio de Janeiro, já que este era o porto oficial do embarque do ouro nas "Naus do Quinto Real”;

É neste lance de história que se vai formar a cartografia da região dos Sertões da Serra Acima, aparecendo os primeiros habitantes e suas primeiras povoações.

A responsabilidade da abertura deste Caminho Novo ficou com o capitão-mor Rodrigues Paes, filho do bandeirante Fernão Dias Paes, que se encontrava estabelecido na confluência Paraibuna, de onde governava as Minas Gerais. O início das obras se deu por volta de 1698.

Ao longo do caminho novo, os rei de Portugal fizeram várias doações de terras, das quais denominadas Sesmarias. Essas Sesmarias, acabaram desdobrando-se em Fazendas e ao redor delas alguns povoados. Petrópolis, por exemplo, começou na Sesmaria do Itamarati.

Em 1709, era criada a Capitania de São Paulo e Minas Gerais do ouro, com terras desmembradas das antigas capitanias de São Vicente e Rio de Janeiro.

O Sargento-Mor Fernando Soares Proença, natural de Santo Antônio do Macacu, fazendeiro em Suruí na Baixada Fluminense desde 1721, estabelecido com uma sesmaria no Vale do Itamarati, prontificou-se a executar o atalho do Caminho Novo pelo Vale do Rio Piabanha, indo atingir o Porto Estrela no rio Inhomirim no fundo da Bahia da Guanabara, encurtando o roteiro de Garcia Rodrigues Paes em até quatro dias de viagem. Este atalho ficou conhecido como Caminho Real das Minas Gerais e mais popularmente de Caminho da Serra da Estrela ou ainda caminho dos Mineiros.

           O caminho Novo veria a ser o cenário de importantes acontecimentos na história de nossa emancipação de Portugal. Este ­Caminho Novo seria percorrido constantemente por Tiradentes;